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30/11/10

O que importa é beleza interior - Ailin Aleixo

Há muito tempo que as mulheres sacaram que os homens mais interessantes, charmosos, cultos e bem-humorados jamais estrelariam uma campanha da Hugo Boss: onde sobram músculos torneados, coxas grossas e boca carnuda geralmente falta humor e inteligência. Coisas da vida. E até tudo bem: podemos até desejar uma noite ardente com o Brad Pitt, mas, ao contrário dos machos, não ficamos comparando com o loirão os homens com os quais efetivamente temos noites ardentes. Sabemos que delírio é delírio, photoshop é photoshop.
Aqui estão motivos hormonais, sociais, comportamentais e empíricos que levam algumas mulheres a cair de amores por pançudos porto-riquenhos como Benício Del TOro (uh! eu lamberia aquelas olheiras inteirinhas!) e outros do mesmo naipe. Não-bonitos são mais ligados em cultura -
Os bonitões não precisam se esforçar na conversa nem ler Fernando Pessoa para impressionar – é só chegar e pegar. Levando em consideração que homens não passam da adolescência, os cidadãos desse tipo vão ficar insistindo nesse comportamento até a chegada dos cabelos brancos. Já os não-bonitos, desprovidos de facilidades naturais, precisam de outras armas para triunfar nesse mundo cruel. Então começam a ler, sacar o espírito feminino e, em poucos anos, continuam não-bonitos mas infinitamente mais interessantes. O que, de longe, é mais importante.
Exemplos notórios: Woody Allen, Vinícius de Morais.
Não-bonitos são muito mais envolventes - Nós queremos mesmo é rir, ouvir um papo que preste e estar ao lado de um cara que puxe a cadeira para nos sentarmos. O que os não-bonitos têm a ver com isso? Tudo. Seguindo a lógica da compensação, é muito maior a probabilidade de um não-bonito ser charmoso e ter habilidade para transformar aquele narigão numa característica viril.
Exemplos notórios: Jean-Paul Belmondo, Gérard Depardieu. Não-bonitos despertam nas mulheres o instinto maternal -
Toda mulher, mesmo que negue, tem forte instinto maternal. Não pode ver um coelhinho, urubuzinho, que já faz voz de criança, chama de lindinho. A vontade de encher de carinho e beijinho o que parece desprotegido é incontrolável. Não-bonitos têm o mesmo efeito e, assim como os bichinhos, muitas chances de ficar conosco debaixo do edredom.
Exemplos notórios: Adrien Brody, Robert Carlyle. Não-bonitos são mais dedicados à alegria feminina -
Homem feio dá menos trabalho. Tudo bem que ele é culto, divertido, charmoso, mas nenhuma perua vai sacar isso só de olhar para a cara dele – que, convenhamos, não é lá essas coisas. Desde cedo, os desprovidos aprenderam que, se o forte deles não é a figura, tem de ser outro, muito mais vital: atender os desejos da mulherada. Onde, neste mundo, um bonitão, com tanta mulher disponível, vai se dar ao trabalho de ser eficiente sobre os lençóis?
Exemplos notórios: Luciano Huck, André Gonçalves. Conclusão -
Mulheres são mais humanitárias e menos superficiais que os homens. Sem contar que somos possuidoras de um gosto sortido. Um pouco esquisitas, também (mas isso vem de fábrica). O que significa que a gama de marmanjos que podem interessar a nós é muito maior do que a variedade de mulheres que podem chamar a sua atenção. Ruim pra você? Só se você não aprender como transformar estrabismo em algo sexy, careca em visual cool. Porque, se aprender, não vai ter Rodrigo Santoro que te encare (para o seu bem, leia esse exagero como licença poética). Ou, pelo menos, você não vai fazer feio. Mesmo não sendo bonito.
Ailin Aleixo escreve no Blônicas aos domingos.

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