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28/09/12

O AMOR CONFERE SENTIDO À VIDA - Kathy Freston

Quando o amor te chamar, segue-o. /Ainda que seus caminhos sejam árduos e íngremes. / E quando tuas asas te envolverem, rende-te a ele, / Ainda que a espada escondida entre suas plumas te possa ferir. / E quando ele te falar, acredita nele, /Ainda que sua voz possa despedaçar teus sonhos como o vento norte devasta o jardim... Todas asas coisas o amor te fará, para que conheças os segredos de teu coração e, com esse conhecimento, te tornes um fragmento do coração da Vida.
KAHLIL GIBRAN, O PROFETA


A pessoa certa. O amor da nossa vida, a realização dos nossos sonhos. Aquela pessoa gloriosa que vai incendiar nossa alma e atiçar nossa paixão pela vida. Acordamos de manhã ao som da canção dessa promessa no rádio e adormecemos à noite com romances e filmes sobre duas pessoas desencantadas que finalmente se encontram e, no processo, fazem do mundo um lugar melhor. Depositamos toda a nossa esperança no dia em que essa será a nossa história. Ansiamos por essa conexão de que ouvimos falar, com toda sua magia, seu mistério e encantamento; queremos ser iluminados e transformados simplesmente por estar na presença daquele "único e verdadeiro amor" enviado pelos céus. Ah, o amor entre almas gêmeas.

O anseio de experimentar esse tipo de felicidade, de participar desse tipo de parceria, está profundamente arraigado. É como se nossas psiques estivessem programadas com o desejo de superar a sensação de que estamos separados um do outro. Encontrar um parceiro e prosperar junto a ele parece ser nossa principal missão, um instinto natural que impulsiona nossas vidas cotidianas e nos move para frente. Pegamo-nos fazendo praticamente tudo para ter essa coisa louca e maravilhosa chamada amor.

Se você já teve uma paixão enlouquecedora ou vivenciou a maravilha da união sexual, sabe que a energia é de outro mundo. É um milagre que faz com que se sinta abençoado e escolhido Quando estamos nos apaixonando, sentimos que estamos sendo atraídos para algo maior do que nós, como se estivéssemos sendo convocados para participar de algo importante que se desenrola dentro de nós e à nossa volta. Podemos sentir que mudamos conforme o relacionamento nos mergulha de cabeça em situações que despertam claras percepções e vislumbres de iluminação. Quando o amor está no ar, encontramo-nos no centro do Universo, com todas as engrenagens da criação em pleno movimento.

Subitamente, lembramos que fomos feitos para transcender nossa vibração mais densa e tornar-nos mais leves. Fomos feitos para derrubar quaisquer barreiras que nos impeçam de sermos felizes e tranquilos. Fomos feitos para tomar-nos cada vez mais conscientes c consequentemente estimular a consciência daqueles à nossa volta. Fomos fei¬tos para tocar uns aos outros profundamente e inspirar a próxima geração de criadores e curadores. E assim o amor romântico — e a busca por ele — desempenha seu papel, despertando-nos para a vida.

Toda vez que você é acalentado pelo amor romântico, está sendo incitado pela Providência a abrir seus olhos para que possa crescer como pessoa. Quando está abobado de paixão ou furioso por causa de uma conexão perdida com a pessoa amada, pode ter certeza de que isto é apenas parte do programa de iluminação. Esse é o chamado para irmos além dos limites de nossos egos individuais e revelar algum aspecto específico de nossa evolução.

O amor pode manifestar-se em tantas situações (em conversas entusiasmadas e animadas, numa relação sexual maravilhosa, em brigas homéricas ou rompimentos tumultuosos, para citar apenas algumas), que nem sempre é fácil enxergar sua mensagem subjacente. Acredito que seja esta: você não alcança o sucesso no amor simplesmente porque encontra um parceiro e fica com ele pelo resto da vida; você alcança o sucesso no amor quando ele lhe proporciona uma maneira de continuar aprendendo sobre si e sobre o mundo à sua volta, tornando-se mais conectado com a unidade de roda a vida, de modo que cada experiência que você tem — seja ela gloriosa, triste ou frustrante — torna-se um fio na teia da sua evolução. O modo como você navega pelas rotas do amor é o que confere um propósito à sua estadia na Terra.
Kathy Freston
Trecho do livro "A pessoa Certa"

Quando Deus aparece - Martha Medeiros


Tenho amigas de fé. Muitas. Uma delas, que é como uma irmã, me escreveu um e-mail poético, dia desses. Ela comentava sobre o recital que assistiu do pianista Nelson Freire, recentemente. Tomada pela comoção durante o espetáculo, ela finalizou o e-mail assim: “Nessas horas Deus aparece”.
Fiquei com essa frase retumbando na minha cabeça. De fato, Deus não está em promoção, se exibindo por aí. Ele escolhe, dentro do mais rigoroso critério, os momentos de aparecer pra gente. Não sendo visível aos olhos, ele dá preferência à sensibilidade como via de acesso a nós. Eu não sou uma católica praticante e ritualística – não vou à missa. Mas valorizo essas aparições como se fosse a chegada de uma visita ilustre, que me dá sossego à alma.
Quando Deus aparece pra você?
Pra mim, ele aparece sempre através da música, e nem precisa ser um Nelson Freire. Pode ser uma música popular, pode ser algo que toque no rádio, mas que me chega no momento exato em que preciso estar reconciliada comigo mesma. De forma inesperada, a música me transcende.
Deus me aparece nos livros, em parágrafos que não acredito que possam ter sido escritos por um ser mundano: foram escritos por um ser mais que humano.
Deus me aparece – muito! – quando estou em frente ao mar. Tivemos um papo longo, cerca de um mês atrás, quando havia somente as ondas entre mim e ele. A gente se entende em meio ao azul, que seria a cor de Deus, se ele tivesse uma.
Deus me aparece – e não considere isso uma heresia – na hora do sexo, quando feito com quem se ama. É completamente diferente do sexo casual, do sexo como válvula de escape. Diferente, preste atenção. Não quer dizer que qualquer sexo não seja bom.
Nesse exato instante em que escrevo, estou escutando “My Sweet Lord” cantado não pelo George Harrison (que Deus o tenha), mas por Billy Preston (que Deus o tenha, também) e posso assegurar: a letra é um animado bate-papo com ele, ritmado pelo rock’n’roll. Aleluia.
Deus aparece quando choro. Quando a fragilidade é tanta que parece que não vou conseguir me reerguer. Quando uma amiga me liga de um país distante e demonstra estar mais perto do que o vizinho do andar de cima. Deus aparece no sorriso do meu sobrinho e no abraço espontâneo das minhas filhas. E nas preocupações da minha mãe, que mãe é sempre um atestado da presença desse cara.
E quando eu o chamo de cara e ele não se aborrece, aí tenho certeza de que ele está mesmo comigo.
3 de agosto de 2008
LIVRO: FELIZ POR NADA

24/09/12

Bendita segunda-feira - Por Maria Angélica Falci

O fim de semana retrata bem sentimentos de euforia e melancolia em curto período. As pessoas se sentem mais ambientadas a partir da quarta-feira. Em geral, na quinta e na sexta elas tendem a ficar mais eufóricas, com forte sensação de relaxamento e prazer. Nesses dias, o sistema neurológico libera uma grande dose de dopamina - substância precursora natural da adrenalina responsável por transmitir ao cérebro sensação de prazer e motivação. A sensação é mantida talvez em doses menores durante o sábado. Mas, no "domingão", eis que chega aquele momento de baixa emocional, principalmente se você executa atividades desprazerosas.
Sentimos satisfação, quando estamos próximos de uma finalização da semana. Mas por que sentimos desânimo, insegurança e até mesmo tristeza, quando estamos para começar uma semana? Estudiosos apontam que a sensação negativa tem relação com a questão existencial primitiva que existe em nosso inconsciente.
Trata-se de um sentimento aflorado pelas incertezas do porvir. Muitas vezes esse sentimento nos remete a uma angústia existencial ou a um forte medo sobre o que não temos controle. Abrir a porta de um lugar desconhecido é um exemplo. A ação nos remete ao medo e ao mistério do que pode ser encontrado no local. É uma sensação parecida com a de não sabermos como venceremos aquela semana.
São sentimentos irracionais, sem lógica, dos quais geralmente não temos consciência dos motivos. A maioria das pessoas relata sensações físicas desconfortáveis e, muitas vezes, com pânico. Os adolescentes são os que mais sofrem. Em processo de maturação emocional, os jovens vivem numa montanha russa, oscilando com esses sentimentos, sem entender por que ficam ora eufóricos, ora tristonhos. Nos adultos, os sintomas também se manifestam, mas, em virtude da vivência e da maturidade, eles aprendem a controlar melhor os sintomas.
Podemos ir mais longe. O problema não é só com relação aos domingos. Muitas pessoas ficam mais melancólicas e algumas até com pensamentos mais sombrios, quando estão em véspera de fechamento e de início do ano. Há quem apresente sintomas depressivos, negativos e desesperadores diante do que está por vir.
O importante é termos consciência da raiz desses sentimentos, aprender a controlar e encarar essas reações com naturalidade, sem muito pesar, e retirar das falas jargões do tipo "lá vem a maldita segunda-feira", porque isto só ajuda a potencializar na mente a sensação de desprazer, de inércia. Portanto, ter uma atitude mais positiva em seu âmbito mental é muito importante para vencer a angústia da segunda-feira.

SOBRE... BY LUCIANA DIMARZIO





Sobre o elogio: "As coisas não são elogiadas porque são desejáveis, mas desejadas porque são elogiadas." Séneca
 
GOSTO MUITO MESMO DA FORMA DE PENSAR "SOBRE"
E DE ESCREVER "SOBRE" DA LUCIANA, POR ISSO REPASSO
E COMPARTILHO, PQ ADOOOORO E É BOM!!!
TÂNIA


SOBRE AMADURECIMENTO

...E o tempo lhe ensinou que não precisava mais esconder
suas fragilidadese sim usá-las a seu favor...


SOBRE FRUSTRAÇÃO

Tristeza de borboleta é voar em sonho e despertar como crisálida...
 
SOBRE VERDADEIRO AMOR

O que torna uma pessoa especial em nossa vida está além da afinidade e admiração. Está na capacidade que ela tem em nos deixar livres para sermos de fato quem somos... Está na demonstração de afeto não apenas através das palavras, mas principalmente pela cumplicidade de um silêncio necessário. Inesquecível mesmo é quem consegue adentrar nossa redoma de melindres e acolher nossa verdade mais profunda...



SOBRE SONHOS

...Até que um dia, depois de tanto ver escapar o brilho de tudo
que a fazia sorrir, finalmente entendeu que seus braços
eram curtos demais para abarcar tantos sonhos...


SOBRE ESCREVER


Hoje

estou serena,
sem desejo
de poema.
Minha vontade é de inspiração...
 
 
SOBRE ETERNIDADE

Somos uma sucessão de vírgulas à espera do ponto final. Há que se crer, ainda que de forma relutante, que seremos reticências...
 
 
SOBRE DESENCANTO

A vida é um emaranhado de contradições. Muitas vezes
aquilo que a princípio nos atrai, com o tempo é
justamente o que mais nos provoca aversão.
 
SOBRE DESEJO

Não há melhor afrodisíaco que o desejo recíproco.





 
SOBRE GRATIDÃO

Abençoados sejam aqueles que nos estendem suas almas.
Nem imaginam que nos devolvem a vida.
 
SOBRE DÚVIDAS

Na dúvida, o que deve nortear nossa escolha é
saber se o bônus vale o ônus.
 
SOBRE ESTAGNAÇÃO

É preciso ser rio fluente. Poça d’água é morada de parasitas.
 

SOBRE DOR DE AMOR

Dor de amor não se cura com um novo amor.
Cura-se com amor-próprio.
 

SOBRE POESIA

Poesia é a palavra vestida de arte. É a oferenda da
alma envolta em metáforas.
 
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LUCIANA DIMARZIO DIZ:
Sou apaixonada pelas palavras e pelo feitiço que elas produzem.
Penso que cada verso é uma emoção que não pode esperar...
E COMO NÃO CONCORDAR COM VC?
 
 
 

OS DOMINGOS PRECISAM DE FERIADOS - Rabino Nilton Bonder


Toda sexta-feira à noite começa o Shabat para a tradição judaica.
Shabat é o conceito que propõe descanso ao final do ciclo semanal de produção, inspirado no descanso divino no sétimo dia da Criação.
Muito além de uma proposta trabalhista, entendemos a pausa como fundamental para a saúde de tudo o que é vivo.
A noite é pausa, o inverno é pausa, mesmo a morte é pausa. Onde não há pausa, a vida lentamente se extingue.
Para um mundo no qual funcionar 24 horas por dia parece não ser suficiente, onde o meio ambiente e a terra imploram por uma folga, onde nós mesmos não suportamos mais a falta de tempo, descansar se torna uma necessidade do planeta.
Hoje, o tempo de "pausa" é preenchido por diversão e alienação.
Lazer não é feito de descanso, mas de ocupações para não nos ocuparmos. A própria palavra entretenimento indica o desejo de não parar. E a incapacidade de parar é uma forma de depressão. O mundo está deprimido e a indústria do entretenimento cresce nessas condições.
Nossas cidades se parecem cada vez mais com a Disneylândia. Longas filas para aproveitar experiências pouco interativas. Fim de dia com gosto de vazio. Um divertido que não é nem bom nem ruim. Dia pronto para ser esquecido, não fossem as fotos e a memória de uma expectativa frustrada que ninguém revela para não dar o gostinho ao próximo...
Entramos no milênio num mundo que é um grande shopping. A internet e a televisão não dormem. Não há mais insônia solitária; solitário é quem dorme. As bolsas do Ocidente e do Oriente se revezam fazendo do ganhar e perder, das informações e dos rumores, atividade incessante. A CNN inventou um tempo linear que só pode parar no fim.
Mas as paradas estão por toda a caminhada e por todo o processo. Sem acostamento, a vida parece fluir mais rápida e eficiente, mas ao custo fóbico de uma paisagem que passa. O futuro é tão rápido que se confunde com o presente.
As montanhas estão com olheiras, os rios precisam de um bom banho, as cidades de uma cochilada, o mar de umas férias, o domingo de um feriado...
Nossos namorados querem "ficar", trocando o "ser" pelo "estar".
Saímos da escravidão do século XIX para o leasing do século XXI - um dia seremos nossos?
Quem tem tempo não é sério, quem não tem tempo é importante.
Nunca fizemos tanto e realizamos tão pouco. Nunca tantos fizeram tanto por tão poucos...
Parar não é interromper. Muitas vezes continuar é que é uma interrupção. O dia de não trabalhar não é o dia de se distrair literalmente, ficar desatento. É um dia de atenção, de ser atencioso consigo e com sua vida.
A pergunta que as pessoas se fazem no descanso é: o que vamos fazer hoje? Já marcada pela ansiedade. E sonhamos com uma longevidade de 120 anos, quando não sabemos o que fazer numa tarde de domingo.
Quem ganha tempo, por definição, perde. Quem mata tempo, fere-se mortalmente. É este o grande "radical livre" que envelhece nossa alegria - o sonho de fazer do tempo uma mercadoria.
Em tempos de novo milênio, vamos resgatar coisas que são milenares. A pausa é que traz a surpresa e não o que vem depois. A pausa é que dá sentido à caminhada. A prática espiritual deste milênio será viver as pausas. Não haverá maior sábio do que aquele que souber quando algo terminou e quando algo vai começar.
Afinal, por que o Criador descansou? Talvez porque, mais difícil do que iniciar um processo do nada, seja dá-lo como concluído.