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28/02/11

NEVER NEVER NEVER GIVE UP - “A gente morre, mas não se entrega” - Por Adriana H. Fernandes

Nos últimos dias me veio à cabeça uma frase que minha mãe costumava repetir enfática ao perceber que estávamos nós, bravos guerreiros, a ponto de desistir de lutar, tamanha a dificuldade ou o tempo gasto na batalha considerada perdida. Lá vinha ela, esbelta infante, com o comando na ponta da língua:
“A gente morre, mas não se entrega”
Talvez por isso eu tenha me dedicado mais a saber perder do que a abandonar as armas, embora hoje ponha em dúvida a vantagem deste feito. Sair da guerra à francesa, sem precisar cumprimentar o adversário pela vitória não me parece de todo mal, especialmente quando o inimigo é você mesmo.
Definitivamente, o front de batalha já não me atrai como antes, sequer tenho tempo para repor a munição e os tiros de festim, inofensivos, não fazem mais do que barulho em minha rotina, por ora repleta de caras pintadas a caçoar do meu velho pangaré.
Na batalha do eu contra eu mesma a bandeira branca, nunca hasteada, já se insinua, embora tímida. Por que não abreviar o tempo dessa peleia? Brincar de heróis da resistência só dá bilheteria em show de rodeio. Tudo o que eu queria agora era colocar os braços para cima e me deixar revistar, antes mesmo de ter que caminhar, trôpega, no meio do fogo cruzado.
Olho para os lados...meu exército se encontra tão camuflado que já não o reconheço. Vontade de cair pra trás e dormir 300 anos seguidos.
Mas a frase da minha mãe não me dá sossego e ecoa insistente: “morre, mas não se entrega, não se entrega, não se entrega, não se entrega...”

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