Há amigos que se mudam e mudam; você pensa que vai ser aquela festa o reencontro, dá até uma mãozinha na mudança, leva champanhe pra comemorar, manda cartão de boa sorte na nova morada... e de repente dá de cara com outra pessoa, definitivamente não aquela que você chamava de amigo. Mudam de casa, de cidade, de estado ou país e no caminho, sem que se perceba, tudo muda.
Há amigos que nunca se mudam e nada muda; estes você sabe exatamente aonde encontrar. Pode mandar carta sem erro, vai chegar, o endereço é o mesmo desde sempre, assim como a maneira como você é recebido na mesa do café, o jeito de abraçar, de sorrir, de dar a mão...de dizer que você é bem-vindo, que pode entrar que a casa é sua e, de quebra, o convidam pra passear pelas lembranças como se o tempo não tivesse passado.
Há amigos que nunca se mudam e mudam; estes constroem um muro alto bem na frente do jardim que vocês costumavam jogar bola e brincar de pique esconde. Você passa na frente da casa e nem reconhece o lugar. Pior que isso é encontrar os tais amigos e constatar que eles elevaram outros muros que carregam consigo por onde andam.
Mas a verdade é que cada amigo, os que mudam, os que se mudam, os que não mudam e os que não se mudam, mantêm em si um pouco de você. A diferença é que os que não mudam sabem disso e gostam e os que mudam também sabem disso, mas não gostam. Pena que , neste caso, não se possa fazer nada pra mudar.
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