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05/11/10

AMOR-PERFEITO - Seleções do Rider’s Digest jan/99

      Ele era um amante da natureza. Por este motivo, adquiriu uma grande porção de terra, contratou jardineiros e decidiu instalar um maravilhoso jardim.
    Em sua mente, idealizou flores em meio a lençóis de verdura e árvores exóticas. Romântico, imaginou cores variadas em ramalhetes perfumados, ao lado de árvores grandes e pequenas, com flores e frutos em abundância.
    Não mediu esforços, nem recursos. Consultou entendidos de toda sorte, pois desejava que o seu jardim se tornasse um lugar extremamente agradável, onde as pessoas pudessem respirar ar puro, perfume e ficassem felizes com a beleza.
    Esperava que artistas nele se inspirassem para criar obras lindíssimas e que os poetas nele encontrassem inspiração para versos imortais.
    Transcorrido o tempo, foi visitar o jardim, cogitando de como seria o dia em que pudesse ofertá-lo ao público.
    Qual não foi a sua surpresa, ao descobrir que as flores não haviam florescido, nem as árvores frutificado. Tudo parecia dormir, como num encantado conto de fadas.
    Arbustos, árvores e flores definhavam e pareciam morrer. Foi então que indagando das causas, o carvalho disse que estava morrendo porque não podia ser tão majestoso e alto quanto o pinheiro.
    Já o pinheiro murchava porque não conseguia dar uvas como a parreira e esta se mostrava encolhida e triste, por não poder desabrochar como a roseira.
    Todos tendiam a invejar o porte, a esbeltez, a beleza do outro ou a sua capacidade de florir ou frutificar.
    Em meio a tanta lamentação, o homem descobriu, no entanto, uma planta florida e viçosa. Era o amor-perfeito, que lhe disse: "supus que, quando fui plantado, você queria um amor-perfeito. Se quisesse uma pereira, um carvalho ou um pequeno arbusto os teria plantado. Então pensei que se não posso ser ninguém além de eu mesmo, tentarei ser o que sou da melhor maneira possível."
 
    Descobrir seu potencial e sentir-se feliz em realizar o que sabe, o que pode, onde está, deve se constituir sempre motivo de alegrias. É bom pensarmos que não existe, em todo o universo, outra criatura igual a nós. Cada indivíduo é único. Ninguém que tenha o nosso idêntico tom de voz, a nossa vibração, o exato ponto da nossa emoção e sensibilidade. Ninguém que possa fazer o que podemos e devemos fazer porque cada um é um ser especialmente concebido por Deus, para atuar no concerto da criação, exalando o seu perfume, ofertando os seus frutos e felicitando as criaturas.

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